MITOLOGIA INDIANA
Bramânica
A mitologia indiana bramânica se baseava numa tríade de deuses, a Trimurti: Brahma, o criador, Vishu, o conservador e Shiva, o destruidor.
Brahma
Alma do universo, era por demais metafísico para o gosto popular, ávido por deuses "acessíveis", que possibilitasse a realização de cerimônias materiais, que lhes oferecessem um referencial "humano".
Shiva
Shiva, de bom e benéfico, sendo inclusive chamado de Shiva, o Propício, chegou a ser, pela necessidade de contraste e para justificar a existência do mal, ou pelo menos explicar, um deus sanguinário e terrível. Quando se propunha a ser benéfico, era mesmo. Vasuri, rei das serpentes, se dispôs, certo dia, a vomitar uma quantidade tão grande de veneno que cobriria toda a superfície do mar. As criaturas, aterrorizadas, suplicaram a Shiva que as protegesse. Shiva, cheio de compaixão, bebe o veneno, que lhe queima a garganta. Porém, salva a humanidade. Desde então, passa a receber o nome de Nilakantha (Garganta Azul). A esposa de Shiva era Parvati (a Montanha), filha do Himalaia. Parvati, deusa da terra, era o oposto de seu marido. As vezes era adorada como Umá (a Graciosa), Ambiká (a Mãe), Sati (a Boa Esposa), Gauri (a Dourada). Mas também como Durgá (a Inacessível), Kali (a Negra), Bhairaví (a Aterradora), Karalá (a Horrível). Nestes casos, era deusa da destruição.
Entre as demais atribuições de Shiva está o de Kubera, deus dos tesouros, que residia nas entranhas da terra. Os Kinnara, seres fabulosos de corpo de homem e cabeça de cavalo (ou o contrário) eram seus músicos. Shiva era também o deus da fecundidade e, como tal, era adorado na forma de linga.
Vishnu
Deus azul-escuro, vestido de amarelo, cavalgava sobre Garuda, a águia, levando em suas quatro mãos uma maçã, um caracol, um disco e uma flor-de-lótus. Morava no Vaikuntha, paraíso todo de ouro e de pedrarias situado no monte Meru. Vishu sentava-se sobre lótus brancos, tendo à sua direita uma de suas esposas, a brilhante Lakchmi, deusa da beleza e da sorte, nascida do encontro do mar com o Ganges, cujas águas vertiam sobre ela, do céu, em jarras de ouro. Sua outra esposa era Bhumi-devi, a deusa da Terra. O monte Meru, mansão da felicidade, coração do grande lótus que é o mundo, gravitam os nove planetas e os sete continentes. Vishu, em sua qualidade de deus supremo e de primeiro princípio, recebia outros nomes como Avayambhu (que existe por si mesmo), Ananta (o infinito), Yajneswara (o senhor do sacrifício), Hari (o arrebatador, pois se apoderava das almas para salvá-las), Madhava (o feito de mel), Kesava (o cabeludo, pois seus cabelos eram os raios do sol) e Narayana (fonte e refúgio dos seres).
Vishnu e seus avatares
Vishnu e seus avatares
A popularidade de Vishnu sempre foi grande. Das versões da lenda dos "Três passos" (uma dos Hinos e outra dos Brahamanas) mostram que o Vishu do Rig-Veda era um deus cheio de poder e majestade. Eis a lenda: Os deus e gigantes combatiam. Os primeiros, venciam. Vishu, brâmane, que havia se refugiado na paz das meditações profundas, ouviu o ruído das armas. Os deuses, vendo-se sem saída, solicitaram o seu auxílio. Vishnu, sem outra arma que não sua inteligência, apresentou-se diante de Bali, o soldado gigantesco. Que queres? perguntou o chefe dos gigantes (Asuras). Que suspendas a luta e concedas, como refúgio aos deuses, o espaço compreendido entre três de meus passos: o resto do mundo te pertencerá. Bali, após olhar por um instante as minúsculas pernas do interlocutor e aceitou. Nesse momento operou-se o prodígio: Vishnu deu um passo que compreendeu o céu, outro, a Terra, o terceiro, os Infernos. Esta é a causa de ele ser conhecido como "O dos Três Passos". O sol, se pondo, era a mort de Vishnu. Tal parece ser o sentido esotérico de um episódio de sua vida, que se refere à sua morte de forma violenta. A lenda diz o seguinte: Tudo havia sido criado, inclusive os deuses e todos obtendo graças a celebração de um sacrifício. Os deuses tentavam uma forma de obter o que lhes faltava, ou seja, a Perfeição. Como Vishnu concluiu primeiro as cerimônias rituais, passou a ser o mais perfeito e poderoso dos deuses. Porém os demais, cheios de inveja, suportavam com ódio seu domínio, acabando por decidirem-se a matá-lo. Um dia, surpreenderam-no dormindo. Mas como estava de pé, com a cabeça apoiada sobre a corda de seu arco, não se atreveram a atacá-lo. Então intervieram as formigas. Em troca de uma recompensa, comprometeram-se a roer a corda do arco. Fazendo isso, o arco se distendeu de repente e a cabeça de Vishnu saltou. As formigas, que acabaram de matar o mais poderoso dos deuses, apoderaram-se de sua força e dele fizeram três partes. Essas três partes são as fases principais do sacrifício. Vishnu, cujo respirar havia criado o mundo, o inalava ao final de cada kalpa, ou ciclo. Após, exalava de novo para inalar outra vez. O ritmo desses nascimentos e renascimentos alternados eram o da respiração do deus. Cada kalpa era o período durante o qual o mundo vive e durante o qual seu criador abre os olhos sobre sua criação. Uma das subdivisões do kalpa o yuga, ao fim do qual os maus triunfam e os bons sucumbem. Quando isso ocorre, Vishnu, que dorme sobre as águas cósmicas, recostado na serpente Secha, que com suas sete cabeças forrma uma proteção sobre o deus, acorda, encarna (cada uma destas encarnações é chamada de Avatar) desce ao mundo, luta contra o Mal e inaugura uma nova era. Esses intervalos de repouso e atividade duram milhares de anos, mas são perfeitamente regulares, pois são a respiração divina. Os principais avatares de Vishnu são:
Do Pescado
Do Pescado
Do Javali
Da Tartaruga
Do leão
Do Parasuma
De Rama
De Krishna
Do Gafanhoto (este é brincadeira...)
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