SEJAM BEM VINDOS

Um intermediário entre a sabedoria e a ignorância. O saber que não sabe.

( Professora. JULIANA BRAMATTI)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

2° semana de aula- Aula I/ Artigo 2 (OS sofistas)

Os Sofistas
O termo grego sofista designa homem hábil ou sábio em qualquer assunto, significa 'mestre da sabedoria'. Eram professores que ensinavam por todas as partes da Grécia. Numa época em que a democracia grega exigia a confrontação pública dos cidadãos para resolverem os seus problemas comerciais e jurídicos, os sofistas ensinavam, em troca de uma remuneração, a persuasão e a retórica.
A partir de Platão (429-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), sofista passa a designar aquele que usa argumentos aparentemente válidos para enganar os outros – sofismas – e, consequentemente, passa a ter uma conotação pejorativa.
Todavia, convém realçar a indubitável contributo positivo dos sofistas (entre os quais Protágoras, Crítias, Hípias e Górgias) para o desenvolvimento do ensino em geral e do pensamento filosófico em particular:
• Os sofistas promoveram a viragem, na história da filosofia, dos temas ligados à Natureza (aos quais se dedicaram os filósofos pré-socráticos) para o tema do Homem (antropologia) e com eles levantaram-se as primeiras questões da filosofia da linguagem.
• Contribuíram para a fundação da Paideia, fonte da formação e cultura ocidentais.
• Inauguraram o estatuto social de profissional do saber: ensinavam de terra em terra diversas matérias (da gramática às matemáticas), cobrando honorários, motivo pela qual foram fortemente criticados.
• Impulsionaram o ensino da retórica, nomeadamente da areté política: ela constitui a base da preparação dos jovens para a vida pública e política. Os sofistas ensinam a argumentar ,a discursar, a persuadir e convencer, por forma a que os jovens possam cumprir as exigências da cidadania e enveredar pela carreira política.
A Metodologia dos Sofistas
A metodologia mais utilizada pelos sofistas é a Antilogia .Acreditavam ser possível defender dois argumentos contraditórios e incentivavam os seus alunos a defenderem o mais fraco. A retórica foi um instrumento de poder na democracia ateniense e , desde muito cedo , os sofistas reconheceram que mais importante do que um conteúdo de um discurso é o uso que se faz das palavras , de forma a convencer os ouvintes. Neste sentido , a verdade dos discursos é a verdade que serve o homem concreto. É a verdade relativa .
É de Protágoras a frase que coloca o homem no meio das preocupações: "o homem é a medida de todas as coisas". Esta frase quer dizer que não há um mundo objectivo desvinculado dos sujeitos que conhecem o mundo. Se num dado momento, para um indivíduo, o tempo está quente, o tempo está quente; mas, se para um outro está frio, o tempo está frio. Disso se conclui que não uma objectividade a respeito do tempo. Deste modo, a ‘ verdade ' sobre o tempo é relativa a cada sujeito. Isso é chamado de relativismo.

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